segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cães de pastoreio


São uma alternativa muito interessante no cotidiano de fazendas. Sua função é arrebanhar, conduzir e, em alguns casos, proteger o rebanho. Bons animais, quando bem conduzidos, facilitam, significativamente, o manejo do rebanho e otimizam o trabalho dos manejadores.
O antigo hábito do peão de boiadeiro, de acordar cedo, calçar as botinas, selar o cavalo e ir atrás do gado para levá-lo até o curral está deixando de ser rotina nas fazendas. A mão de obra, no meio rural, está cada vez mais escassa. E é nesse contexto que a figura do cão de pastoreio vem se destacando como aliado na lida com o gado. Silencioso, com os olhos fixos nos animais, um caminhar rasteiro e postura de um felino prestes a atacar a presa, os cães exercem, sozinhos, a função de agrupar o rebanho e conduzi-lo, em poucos minutos, ao local indicado.

Dentre as raças de cães de pastoreio duas se destacam pelas habilidades no trabalho: o Border Collie e Blue Heeler (Australian Cattle Dog). Apesar do instinto natural de pastorear, desses cães, eles precisam ser adestrados para o pastoreio e aprender a identificar os comandos do condutor. Cada raça tem um “estilo” de pastoreio.

No caso do Border, os exemplares têm como principal característica de trabalho o “trazer”, ou seja, ele dá a volta e coloca, naturalmente, o rebanho entre o cão e o condutor. Esse cão tem uma incrível capacidade de agrupar o gado a campo e trazer para o local indicado. Também apresenta um ótimo trabalho no controle do gado em curral. O seu ponto negativo é apenas a pelagem abundante. Trabalhando no campo, está propício a adquirir, com mais facilidade, carrapichos e parasitas. Além disso, apesar de ser considerado o melhor para pastoreio, ele é extremamente dócil. Já no caso do Blue Heeler, a principal característica é de atuar como “empurrador”, ou seja, ele se coloca, naturalmente voltado para o rebanho e de costas para o condutor.  Sua especialidade é lidar com o gado no curral. De pelagem mais curta, é menos suscetível a parasitas, e se for preciso entrar na água, seca rápido. É um ótimo cão para pastoreio, mas precisa que o condutor esteja por perto. Por isso não é o mais indicado para trabalho a pasto.

Para ter um bom cão para pastoreio, o condutor precisa saber escolher o filhote, e fazer a recria desse animal, de forma correta. Para tal função, menos importante do que os padrões estéticos, as criações buscam produzir filhotes saudáveis com extremo potencial de trabalho e a seleção dos reprodutores é feita, basicamente, levando-se em conta o histórico familiar de aptidão ao trabalho de pastoreio.

Fonte: Revista Veterinária